Resinagem:
Novidades e Renovações
Publicado em 2011
Durante
muitos anos foram estudados os mais diferentes métodos de extração
de resina em pínus, estimulantes diversos foram testados, e cada
região ou país tem sua própria cultura, e seus próprios métodos.
Diferentes
sistemas de sangria, ou estria, são empregados conjuntamente com
diversos tipos de estimulantes químicos, ou até mesmo sem nenhum
estimulante. Existem vários estudos que apontam os princípios
básicos e moldes preconizados de extração da resina baseados no
método "americano", amplamente utilizado no Brasil e
em alguns países, porém deve-se ressaltar que a busca de novas alternativas sempre é importante em qualquer atividade, na resinagem não é diferente.
em alguns países, porém deve-se ressaltar que a busca de novas alternativas sempre é importante em qualquer atividade, na resinagem não é diferente.
Apesar
da resistência natural em relação às "novidades",
algumas entidades, empresas e profissionais de várias partes do
mundo buscam constantemente novas alternativas, algumas até
curiosas, mas válidas, ideias simples e outras complexas.
Na
antiga União Soviética nos anos 20 foram iniciadas as primeiras
colheitas de resina, e no final dos anos 30 foi criado um instituto
de pesquisa voltado especificamente para o setor resineiro. As
maiores florestas nativas de pínus ficam na Rússia, e só podem ser
resinadas durante seis meses por ano devido ao longo e rigoroso
inverno.
Ainda
hoje são exploradas florestas na região de Nizhny Novgorod, por
empresas privadas e indústrias químicas remanescentes do antigo
instituto de pesquisa estatal russo.
Árvore
de pínus sylvestris resinada
na Rússia.
Árvore
de pínus elliotti resinada
no Brasil.
Na
China, onde estão concentradas grandes florestas e como há uma
população agrícola muito numerosa, e a mão de obra é fácil e
barata, o método de resinagem não foi aperfeiçoado, continuando o
mesmo durante décadas sem o uso de estimulantes, e ainda assim a
China é o país com maior produção de resina e derivados no mundo.
Ferramenta
chinesa e resinador chinês.
Países
como Portugal, Espanha e França tem se destacado por iniciativas no
desenvolvimento de novas tecnologias de extração, o CESEFOR, Centro
de Serviços de Promoção Florestal, da Espanha, juntamente com a
STIHL, desenvolveram um protótipo para a mecanização da
resinagem, através de um sistema "fechado", que
proporciona maior rapidez na operação da estria, e será testado na
safra 2011 em escala real, comparando com métodos tradicionais.
Através do link: http://www.cesefor.com/resina.asp ,
pode-se obter maiores informações.
Fotos
de demonstração do equipamento protótipo para mecanização da
resinagem de pínus, pelo Instituto CESEFOR e STIHL.
Outro
experimento com sistema "fechado" de resinagem está sendo
testado, utilizando um acessório fresado, acoplado a uma furadeira a
bateria. O sistema consiste em realizar um orifício circular na
casca do pínus, e encaixar um dispositivo plástico onde o
recipiente coletor recebe o gotejamento da resina, de maneira que o
ar não entre, evitando a oxidação da seiva e a entrada de sujeira.
Em
vários países, em geral é utilizado o método "Americano",
que consiste na realização de painéis ascendentes com laterais
paralelas e o uso de pasta estimulante, com base H2SO4 (ácido
sulfúrico), e algumas variações de porcentagens e aditivos.
Os
painéis podem variar no formato da estria, sendo "reta" ou
em "V", dependendo da opção de cada empresa, mas
basicamente o sistema é o mesmo, e as ferramentas mudaram pouco
desde os anos 80, porém deve-se destacar que a produtividade do
sistema é maior em relação aos outros, trazendo maior segurança
na sua utilização.
Estudos
estão sendo realizados para o desenvolvimento de estimulantes
químicos que garantam maior produtividade e maior tempo entre
estrias, visando melhorar a relação custo/benefício da atividade.
Colheita
Para
a colheita (ou coleta) de resina de pínus tropicais, como esta
cristaliza-se com muito mais rapidez devido a sua composição
química, foi desenvolvido um aparelho para a separação das
impurezas e da água, visando facilitar a coleta ao operador, e
melhorar a qualidade da resina, para exportação evitando o
transporte de água e impurezas, sendo que o preço de mercado
inferior ao da resina elliotti.
Este
aparelho foi utilizado com sucesso em resina oocarpa,
em Ribas do Rio Pardo - MS. É utilizável também emcaribaea,
hondurensis e bahamensis,
e outros.
Fotos
do uso do equipamento e resina colhida. Eng.
Valery N. Shichev e Thannar Bubna.
Outro sistema, utilizado no estado de São Paulo é o da coleta "a granel", com o uso de um trator com carreta "pipa", onde os coletadores trabalham em linha e todas as latas são transferidas para esta carreta, e posteriormente é desembarcada num reservatório maior, ou mesmo diretamente no caminhão que fará o transporte até a indústria, o sistema requer certa infraestrutura para ser implementado, podendo diminuir custos com transporte.
A vantagem com relação ao sistema convencional de coleta é a economia no uso de materiais como tambores e sacos plásticos, e a diminuição de mão de obra e do esforço físico dos trabalhadores, pois não precisam transportar os tambores através da floresta, o trator segue acompanhando o trabalho.
O sistema permite também fazer a pré limpeza da resina antes de ser beneficiada, evitando o excesso de sujeiras como cascas e acículas.
Outro sistema, utilizado no estado de São Paulo é o da coleta "a granel", com o uso de um trator com carreta "pipa", onde os coletadores trabalham em linha e todas as latas são transferidas para esta carreta, e posteriormente é desembarcada num reservatório maior, ou mesmo diretamente no caminhão que fará o transporte até a indústria, o sistema requer certa infraestrutura para ser implementado, podendo diminuir custos com transporte.
A vantagem com relação ao sistema convencional de coleta é a economia no uso de materiais como tambores e sacos plásticos, e a diminuição de mão de obra e do esforço físico dos trabalhadores, pois não precisam transportar os tambores através da floresta, o trator segue acompanhando o trabalho.
O sistema permite também fazer a pré limpeza da resina antes de ser beneficiada, evitando o excesso de sujeiras como cascas e acículas.
Florestas em Mato Grosso do Sul
Segundo a Reflore/MS, a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, os dados estatísticos do estado demonstram um crescimento no reflorestamento de eucalipto, e uma queda constante no plantio de pínus, fato que preocupa o setor da indústria de madeira serrada, que terá de se adaptar ao consumo do eucalipto.
Em meados de 2006 a resinagem prometia ser um "grande negócio" no estado, como foi noticiado em algumas mídias e jornais, que MS se tornaria o "Eldorado" da resina, trazendo até mesmo investidores estrangeiros, como foi o caso de um grupo russo, que pretendia instalar uma fábrica no estado. Mas o tempo foi passando e a realidade foi se modificando pois as empresas e os proprietários rurais encontraram no eucalipto uma fonte de renda mais rápida e segura, devido a crescente demanda em todo o país. Com a instalação de grandes indústrias de celulose e papel na região, tornou-se atrativo aos produtores rurais formar parcerias com as indústrias e receber incentivos ao plantio do eucalipto. E o pínus dentro de poucos anos acabará sendo substituído pelo eucalipto se o interesse dos produtores e investidores não for retomado.
Atualmente poucas empresas ainda resinam em MS, na região de Ribas do Rio Pardo, município que já teve um dos maiores reflorestamentos de pínus do país.
Florestas Plantadas - MS
2006
Eucalipto - 120 mil hectares
Pínus - 28 mil hectares
Total: 148 mil hectares
2007
Eucalipto - 207 mil hectares
Pínus - 20 mil hectares
Total: 227 mil hectares
2008
Eucalipto - 265 mil hectares
Pínus - 19 mil hectares
Total: 284 mil hectares
Eucalipto - 265 mil hectares
Pínus - 19 mil hectares
Total: 284 mil hectares
2009
Eucalipto - 291 mil hectares
Pínus - 16 mil hectares
Total: 307 mil hectares
Eucalipto - 291 mil hectares
Pínus - 16 mil hectares
Total: 307 mil hectares
2010
Eucalipto - 378 mil hectares
Pínus - 14 mil hectares
Total: 392 mil hectares
Eucalipto - 378 mil hectares
Pínus - 14 mil hectares
Total: 392 mil hectares
Fonte:
Reflore/MS
O
reflorestamento de espécies resiníferas também diminuiu em outros
estados como São Paulo e Paraná, sendo substituído pela
variedade taeda ou
mesmo por eucalipto, exceto algumas regiões que receberam incentivos
de indústrias consumidoras de resina junto aos proprietários. Fatos
que pressionaram o setor resineiro, levando a inflacionar os custos,
e até mesmo o fechamento de empresas ou paralisação das
atividades.
A
cadeia produtiva da resina, desde o reflorestamento do pínus,
necessita de incentivos por parte do setor público e privado, pois a
resina continua uma matéria prima de suma importância para várias
indústrias, e a produção de "tall oil" no Brasil ainda é
pequena.
A
pesquisa é fundamental para o desenvolvimento do setor, que durante
décadas contribuiu para o desenvolvimento do país.
Por
Thannar Bubna
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