Inovações no Sistema Brasileiro de Resinagem

Foto: Laércio Couto, Sítio das Acácias, Buri/SP 2017 

resinagem de pinus é uma atividade bastante antiga, e no Brasil já é praticada comercialmente a algumas décadas, e o sistema foi evoluindo lentamente com alterações pontuais mas os princípios básicos do sistema continuam os mesmos. 

Alguns dizem que "em time vencedor não se mexe", mas observando todos os custos de produção da atividade, que aumentaram muito nos últimos anos, essa afirmação ainda se aplicaria? 

É possível mudar completamente o sistema de resinagem
praticado no Brasil, mas é fato que isso é impraticável, pelo menos a curto e médio prazos. 
Alguns sistemas fechados, com furos, estrias mecanizadas, tem sido testados em diversos países, mas sem uma escala comercial efetiva, ainda. 

Pensando nisso, podemos modificar o sistema brasileiro "aos poucos", introduzindo pequenas mudanças ao longo do tempo, e adaptando aquilo que já está sendo feito diariamente. 
É possível citar um avanço recente, no que diz respeito à pasta estimulante, até alguns anos usava-se a pasta ácida "normal", a "Pasta Preta". Posteriormente com a adição de CEPA (Ethephon / Ethrel), o advento da Pasta Vermelha, e recentemente a Pasta Salicílica e a Pasta Verde. Surgiu então a oportunidade de escolher a pasta que melhor se adapte em cada área, a que proporcionar uma maior produtividade efetiva. 

Na época em que os recipientes plásticos (cadinhos) eram fixados no painel, através de calhas e pregos, causavam um grande transtorno nas serrarias, pois alguns destes permaneciam fixados no tronco, quebrando as serra fitas. Para resolver este problema foi criado o "saquinho com arames", em que uma embalagem plástica contendo uma abertura superior é dobrada, formando uma "borda", e com um fruto de eucalipto (seco), faz-se uma amarração com um pedaço de arame galvanizado em cada lado. E para instalar este recipiente pronto na árvore, é feito um risco aprofundado na casca do pinus, onde o saquinho é amarrado estando assim definido o painel de resinagem a ser trabalhado durante o ano.  
E isto foi uma grande inovação na época. Desde então o sistema é aplicado sem mudanças. 

Porém este sistema com saquinhos e arames possui alguns inconvenientes, tais como: 
  • Aquisição de arames em rolos, necessidade de cortar e fazer pequenas porções para distribuição 
  • Colheita dos frutos de eucalipto em plantações adultas. Ou compra de hastes plásticas para substituir os frutos. 
  • Logística para levar esses materiais juntamente com os fardos de saquinhos, para pessoas selecionadas realizarem a "confecção" das embalagens. Geralmente famílias dos funcionários da empresa. O pagamento dessa confecção é pago por milheiro. Obs.: Não raro, crianças auxiliam os pais nesta tarefa, com o risco de acidentes com os arames que possuem as pontas cortantes. 
  • Logística para retirar as embalagens prontas, e levar para a floresta. 
  • Distribuição das embalagens nos ramais das quadras, onde os operadores fazem a instalação nas árvores. Obs.: Os fardos de embalagens são unidos em 25 e 50 peças, e os arames ficam expostos, podendo perfurar o plástico e causar futuros vazamentos. 
  • Para fazer a instalação é necessário fazer um risco aprofundado na casca da árvore (bigode) para encaixe do saquinho e dos arames, estando a casca raspada ou não, no local do painel. 

São atividades normais realizadas no modelo convencional de resinagem, mas com a evolução das normas de prevenção a acidentes do trabalho, e a menor disponibilidade de profissionais treinados na resinagem, torna-se necessário repensar os processos, e se possível simplificá-los. 
Alguns países como Portugal, México, Colômbia e recentemente no Brasil, é possível encontrar resinagens que utilizam o saco plástico grampeado, o que elimina as etapas pré-operacionais e operacionais do sistema com arames. 

Na Zona da Mata de Minas Gerais, a ResinMinas, empresa sediada em Viçosa, está utilizando o sistema com grampos em suas áreas de resinagem de Pinus caribaea var. hondurensis, com 25 a 30 anos de idade, com grandes diâmetros e múltiplas faces, o que dificultaria a utilização dos arames, tornando inclusive o custo de produção mais alto.  
O estudo e implementação dos testes tiveram apoio da UFV / DEF e o projeto piloto serve como laboratório para os alunos do curso de Engenharia Florestal, e pós graduação da UFV. 

Avançando no método, foi desenvolvido em parceria com o Prof. Laércio Couto (professor na University of Toronto) e produtor de goma resina em Buri-SP, o PTBS – Pine Tapping Bag Sticker, um dispositivo metálico que fixa o saquinho diretamente no painel de resinagem, sem a necessidade do uso de grampeadores ou grampos, tornando a operação ainda mais simples e rápida. 
O objetivo é eliminar etapas, facilitar e agilizar as operações, diminuindo custos e aumentando a quantidade de faces por operador. 
É possível visualizar as apresentações dos sistemas no Research Gate, rede social especializada em pesquisa e desenvolvimento. 

Link da apresentação do Sistema PTBS no Research Gate: 

Link da apresentação do Sistema Brasileiro com Grampos no Research Gate: 

Em breve teremos mais informações sobre o sistema PTBS de Resinagem. 

Até Breve! 
Thannar Bubna 

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